quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Penny Lane é meu nome de guerra. O de batismo, prefiro manter em segredo. Vim ao mundo em uma pequena cidade do sul do Brasil. Meus pais são alemães e herdei deles os traços germânicos que me deram cabelos muito loiros, a pele muito clara além de olhos azuis. Fui criada na fazenda onde meu pai trabalhava e durante a infância fui muito feliz por lá.

Aos 14 anos fui surpreendida pelo filho do patrão de meu pai enquanto nadava nua, ainda não tinha consciência do meu corpo e conservava a inocência de uma criança. Este já havia se desenvolvido obviamente e assim se sucedeu minha primeira relação sexual. O filho da puta já se aproximou de mim com o pau de pé e a força me dominou e convenceu que era melhor ceder. Ceder. Mais tarde descobri que ceder é dar e principalmente aprendi que dar é bom. A adolescência me tornava boba e ele me dizia que me amava e que se contasse a alguém meu pai seria demitido e minha família passaria fome, a única coisa que ele amava era me comer, mas fatalmente meu pai seria demitido.

Anos mais tarde tudo foi descoberto pela família do fazendeiro bonachão. Fui enviada ao Rio de Janeiro com a desculpa de fazer um curso e virar atriz. Era o bom patrão ajudando a filha do capataz. Verdade era que fui trazida longe para evitar que o filho da puta comedor produzisse um bastardinho. Confesso que a idéia me encantou e realmente acreditei que me ajudariam. Depois de dois meses fui abandonada sem dinheiro, inclusive para voltar a minha cidade. Aos meus pais disseram que eu estava fora do Brasil, forjavam e-mails com notícias boas e os pobres caipiras acreditavam.

Quando ia ser despejada pela mulher que me alugava um quarto no bairro da Lapa recebi dela uma alternativa que depois de me chocar por 15 minutos pareceu muito atrativa. Trocaria aluguel e comida por sexo. Não com ela, mas com desconhecidos na rua. Depois de 20 dias dando para bêbados em troca de casa e comida, descobri todo meu potencial e consegui um emprego em uma boate de luxo. Ganhando bem, sendo fodida por velhos ricos ou desvirginando adolescentes abastados, a vida finalmente entrava (e saia, repetidas vezes) nos eixos. Às vezes aparece algum alemão, eles preferem as mulatas, mulher que nem eu têm aos montes lá na gringa, mas eu sempre ganho um troco por ajudar nas traduções. Como se precisasse traduzir gemido.

Graças à consciência rural sei que não poderei vender (prefiro considerar um aluguel) para sempre me tornei universitária nas horas vagas e resolvi entrar nessa moda de puta escrever memórias e me juntei a outras três companheiras de profissão para escrever o ENTREPERNAS. Os relatos, prometo, serão de graças e frustrações então não volte aqui para aprender a fazer uma saboneteira ou para descobrir o que me levou a ser a rainha do boquete. Isso é segredo industrial, baby.


A primeira vez


Aqui estou eu, Sandy Sade, para romper o hímen deste blog que, com toda certeza, será um sucesso.
Como toda primeira vez, esta será tosca, torta, errada e até um pouco dolorida, principalmente para mim, que não tenho lá muito jeito para virgens em geral, desde que eu mesma era uma...

Enfim, sou eu a responsável por fazer o trabalho sujo para os outros aproveitarem. Está aqui o primeiro post do ENTREPERNAS, o mais novo blog sobre sexo e afins...

Vocês lerão aqui coisas engraçadas, experiências que é melhor esquecer- depois de escrever sobre elas-, e até o lado bizarro do sexo. Afinal, as quatro colaboradoras deste recinto virtual são especialistas em bizarrice, a começar pela escolha da profissão (não, não é essa que você está pensando, é outra).

Então, entre, leia, fique à vontade. Mas antes disso, por favor, tire as meias.